quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

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Sejam bem vindo a mais uma crítica literária no Expresso Crítico.

Hoje vamos falar do livro Expresso da Meia-Noite. Escrito originalmente em 1977, a versão da imagem é uma nova edição lançada em 2016 pela editora Vestígio.

O livro conta toda a jornada de William "Billy" Hayes pelo sistema judiciário e carcerário da Turquia, preso pelo crime de portar e tentar transportar Haxixe da Turquia para os Estados Unidos, sua terra natal.

Durante a maior parte do livro acompanhemos o protagonista na prisão de Sagmalcilar. O que é contado no livro é um relato cru e cruel da vida nas cadeias turcas da época. A prisão era quase que especialmente voltada para presos estrangeiros, portanto, vemos na história muitas nacionalidades diferentes no que toca aos presos. Porém, a história se passa na década de 70. Época em que a Turquia além de ter conflitos contra a Grécia, também teve um desarranjo diplomático com os Estados Unidos, o que acabou influenciando todas as penas de presos americanos, entre eles Billy.

Em um determinado momento, Billy cansa de esperar pela justiça e decide fugir não só da prisão como também do país. Daí o nome do livro, que em inglês é uma gíria de presos quando se referem a fuga de uma prisão.

Quanto as minhas impressões do livro, tenho que salientar alguns pontos antes de continuar. Muito leem essa história se sentindo comovidas pela história, pois entendem que pena que foi imposta a ele era injusta por um crime considerado pequeno. Por conta de minhas convicções de vida, não consigo sentir tanta pena do protagonista. Explico. A época do acontecimento, já era sabido que o país pegava pesado nas penas por posse de drogas, mesmo que fosse haxixe ou maconha. Quando ele comete o crime ele está ciente do que pode acontecer (ou pelo menos deveria). Meus momentos de compaixão só aparecem quando é retratada a dor e angústia dos pais, esses sim inocentes na história.

Dito isso. Ainda assim saliento que toda a sua estadia em Sagmalcilar é extremamente cruel. As tensões, as condições da prisão (se é que havia alguma condição) e os problemas causados pela agressividade desmedida dos agente da lei nos causam repulsa e muitas das vezes nos sentimos mal mesmo.

Por mais que haja certo arrependimento da parte de Billy, sinto que o mesmo joga muita culpa em cima do país, por vezes o pintando como um inferno na terra. Discordo nesse ponto, pois julgar toda uma população e um país em cima de uma vivência na prisão não me parece algo correto.

A história em si, ainda assim é boa. Mas a história não é "bem contada". O livro tem como autor junto ao protagonista da história o escritor William Hoffer que conta com uma extensa lista de livros escritos. Porém falta, na minha opinião um pouco mais de emoção a história. A ambientação é boa e realmente nos sentimos na pele de Billy durante o livro, porém quando chega a hora contar a fuga,  a descrição é feita de forma apressada e até mesmo anti-climax.

O livro rendeu um filme, que conquistou duas estatuetas na cerimônia do Oscar e ganhou diversos prêmios, como Globo de Ouro. Aliás o filme, pelo menos nesse caso, é melhor que o livro.

Por não ter conseguido ter tanta empatia com o protagonista (pra mim culpa dos autores) a experiência não foi tudo o que eu esperava. Mas por se tratar de um livro curto e, principalmente, por conhecermos a realidade de uma prisão da Turquia, um país culturalmente tão diferente do nosso, a leitura é válida. Só não espere algo espetacular. A história é interessante e só.

Até a próxima!

Título: Expresso da Meia-Noite
Autor: Billy Hayes e William Hoffer
Páginas: 224
Editora: Vestígio
Ano: 1977 (Original) / 2016 (Versão da Crítica)
Avaliação: 2,5 Estrelas

Crítica ║ Expresso da Meia-Noite, de Billy Hayes e William Hoffer

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domingo, 13 de janeiro de 2019



Olá a todos! Chegamos agora ao penúltimo volume da grande saga da Torre Negra, auto-intitulada obra prima de Stephen King.

Aqui teremos alguns spoilers do volume 5 da Torre Negra, estejam avisados!

Ao final do volume 5 temos o fim da batalha contra os lobos. A cidade de Calla Bryn Sturgis está livre da ameaça. O preço foi a vida de alguns cidadãos da cidade, mais especialmente o amigo de Jake, Ben. Algo pequeno, mas extremamente importante para o amadurecimento do pistoleiro mirim.

Todavia, após isso tempos o sumiço de Susannah. Como vimos durante todo o livro anterior, Susannah novamente dividia o seu corpo com outra "pessoa" chamada Mia. Também tomamos conhecimento de que Susannah está grávida e que seu feto pode ser uma espécie de demônio. Ao fim da batalha a trégua entre as duas acaba, Mia assume o controle e foge para nosso mundo pela porta da Gruta das Vozes, levando consigo o treze preto e assim impossibilitando que Roland e seus companheiros a sigam de imediato.

Com o fim próximo, Stephen King começa aqui a amarrar algumas pontas soltas (e também soltar outras novas, rs). Por isso, após arrumarem um jeito de viajar até nosso mundo. O KA-TET do 19 (assim nominado por Jake) decide se dividir. Roland e Eddie irão até 1999 atrás de Susannah e Jake e Callahan irão atrás de Aaron Deepneau para resolver a questão da posse do terreno onde está a Rosa em Nova Iorque. Como nada é tão simples nos livros de King, é claro que o KA os troca, mandando Roland e Eddie atrás de Aaron e Jake e Callahan com a missão de salvar Susannah.

Eu particularmente gostei muito deste livro. Ele é mais curto que seus dois predecessores e seu sucessor, pois apesar de avançar na trama, sua missão principal é clarear a visão do leitor. Se utilizando bastante de Mia, ele nos explica muito sobre o Mundo Médio e sobre o Rei Rubro.

Como já soubemos nos livros anteriores, esse mundo para onde eles vão é o mundo "principal", aonde o tempo só avança e o que está feito não tem mais volta. 

Não posso falar muito sem dar spoilers, mas neste volume a história avança rapidamente, quase não temos tempo de respirar, o que é bom, pois foi bem feito pelo autor.

Como descobrimos, também no volume interior, Pére Callahan descobre que na verdade ele é um personagem de um livro de um certo autor chamado... Stephen King! Isso sim é metalinguagem!!
Essa questão será melhor explorada nesse volume também e dará um peso muito grande para a saga.

Aqui vejo uma clara evolução, principalmente de importância, em Susannah. Ela aqui se torna tão importante para o livro quanto Roland. Roland, aliás, que tem também sua evolução. Graças ao seu KA-TET e a convivência com os mesmos ele tem se tornado mais "humano" (não sei dizer se isso é bom ou ruim).

Ao final deste livro vemos que teremos muitas emoções no último volume e que não haverá mais explicações. Mas creio eu que o leitor que chegou até aqui está totalmente aclimatado a esse mundo e conseguirá aproveitar o último volume  (assim como esse) sem problemas e com total deleite. Isso se você não tiver esquecido a face de seu pai leitor.

Bom... É isso e até o próximo volume da Torre Negra!


Título: A Torre Negra Volume VI - Canção de Susannah
Autor: Stephen King
Páginas: 405
Editora: Suma
Ano: 2005
Avaliação: 4 Estrelas

Crítica ║ A Torre Negra Volume VI - Canção de Susannah, de Stephen King

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quinta-feira, 10 de janeiro de 2019


Longos dias e belas noites forasteiros!

Voltamos agora com o quinto volume da saga Torre Negra do grande Stephen King. Lembrando que nesta resenha teremos alguns spoilers do volume 4 (Mago e Vidro) e do livro "A Hora do Vampiro".

Depois de de toda a confusão no castelo causada pelo feiticeiro Randall Flagg e KA-TET de Roland segue seu caminho em direção à Torre Negra.

Aqui nesse livro, novamente teremos menos avanço em relação a busca da Torre Negra. Talvez por conta disso esse livro seja um livro que divide opiniões. Eu acho um livro muito bom, porque entendo (graças ao final, na minha opinião fraco, da série Lost) que a jornada é que o vale, mesmo que o final não seja tão bom quanto se espera. 

O livro trata inteiro de uma "side quest", uma aventura paralela da cidade de Calla Bryn Sturgis que vem sendo aterrorizada por décadas por criaturas chamadas Lobos. Quando os mesmos descobrem que tem um grupo de verdadeiros pistoleiros passando próximo da cidade os habitantes, os cidadãos da cidade liderados por Donald Callahan (isso mesmo, o padre de a Hora do Vampiro) pedem que Roland e seu grupo os auxilie a resolver essa questão.

Numa saga tão extensa quanto a Torre Negra (Harry Potter é também um bom exemplo) é necessário cada vez mais, que se dê profundidade aos personagens, para que a história não se torne cansativa. Aqui nesse volume temos um amadurecimento muito grande de Jake. O mesmo se torna extremamente independente e mostra ter uma grande força de "toque" assim como o amigo morto de Roland, Alain, tinha. Com a saga se aproximando mais e mais do seu fim, esse amadurecimento do personagem era mais do que necessário.

Junto com isso temos o padre Donald Callahan. O mesmo precisa da ajuda de Roland em uma outra questão, além dos lobos. O mesmo tem consigo, guardada na igreja da cidade o Treze Preto. O mesmo tipo de objeto mágico que vimos no volume interior. Objeto mágico que junto com a magia negra da bruxa Rhea fez com que Roland matasse sua própria mãe.

Além disso, tomamos conhecimento dos fatos posteriores a fuga de Callahan da cidade de Jerusalem's Lot. Toda a sua jornada tendo que lidar com as consequências de ter sugado o sangue do vampiro Barlow e também de como o mesmo chegou ao mundo médio e fixou moradia na cidade de Calla Bryn Sturgis. Muitos torceram o nariz para toda a história do padre, porém eu avaliei de uma forma de diferente. Ao contar a história do padre e de como ele chegou ao mundo médio, King acaba nos explicando muito de como os mundos (que na verdade são níveis diferentes da Torre) se interligam. Essa forma de explicar as coisas de Stephen, sem didatismo muito me agrada.

Enquanto conhecemos a cidade e tomamos ciência da ameaça dos lobos, temos também uma situação importante acontecendo com Susannah e uma ameaça real em Nova Iorque, com a Corporação Sombra tentando acabar com a Rosa que se encontra no terreno baldio.

Continuo me maravilhando com a inventividade de Stephen e toda sua habilidade de criar mundos. Acho apenas que o livro peca um pouco na batalha final da história que, na minha opinião, acaba sendo rápida demais. Porém isso não atrapalha em nada a história e de certa forma é até um tanto coerente se nos lembrarmos que estamos falando de quatro pistoleiros.

Gostei muito do livro e não senti o peso de suas muitas páginas (744). O livro ainda conta com um elemento de metalinguagem sensacional que não posso comentar para não dar spoilers. Apesar de não ser tão bom quanto seu antecessor, Lobos de Calla mantém a saga em bom nível e me agradou bastante. Recomendo o livro e seguimos adiante.

Título: A Torre Negra Volume V - Lobos de Calla
Autor: Stephen King
Páginas: 744
Editora: Objetiva
Ano: 2003
Avaliação: 3,5 Estrelas

Crítica ║ A Torre Negra Volume V - Lobos de Calla, de Stephen King

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segunda-feira, 7 de janeiro de 2019


Olá a todos que visitam este humilde blog. Como dito na última crítica de livro de Stephen King, antes de avançar ao volume 5 da Torre Negra (Lobos de Calla) irei falar de A Hora do Vampiro. Porque? Há um protagonista neste livro que será de uma importância nos volumes 5 e 6 da Torre Negra: Padre Donald Callahan. Mas não vamos por a carroça na frente dos bois.

A história se passa na cidade de Jerusalem`s Lot, na Nova Inglaterra. A história é contada, principalmente pelo ponto de vista do escritor Ben Mears. Ben é um ex morador de Salem's Lot (forma como os moradores chamam a cidade) que volta a ela em busca de inspiração para um novo livro. Embora ele seja o protagonista e principal ponto de vista da história, temos também Mark Petrie (um estudante muito inteligente e sagaz que adora hisórias de terror), Susan Norton (uma linda moça que rapidamente se torna a paixão de Ben), Matt Burke (professor de literatura da escola da cidade) e Padre Donald Callahan (um padre alcoólatra que sofre de uma crise existencial). Outros cidadãos tem muita importância na história, mas estes dominam o cenário na maior parte do tempo.

Logo de cara somos apresentados a Casa Marsten. Um casarão que fica num alto de uma colina e que é cenário de um trágico caso do passado que afetou a todos na cidade, mas deixou uma marca especial na memória de Ben. Desde a tragédia a casa permanece não só intocada como também indesejada. Porém, eis que chega a cidade o Sr. Straker que, e conjunto com seu sócio (anônimo) Sr. Barlow decidem montar um negócio na cidade. Até aí tudo bem. Porém eles também decidem comprar a Casa Marsten surpreendendo  a todos na cidade e causando certa estranheza.

Em meio a isso tudo, coisas estranhas começam a acontecer na cidade (óbvio). Um menino morre na floresta. E um tempo depois um cachorro é encontrado morto e fincado num portão. Claro que isso é apenas o começo de uma série de desgraças que acometerão a cidade e a aura de terror e suspense na cidade parece ser cada vez mais e mais sustentada pela Casa Marsten.

Neste livro, Stephen King continua exuberante em sua forma de escrever. Com sua prosa e sua escrita ele consegue perfeitamente nos transpor para a cidade e nos fazer sentir como moradores do local. Isso é extremamente importante, visto que quanto mais o terror aumenta, mais nos sentimos ameaçados, como se realmente estivéssemos na pele das vítimas.

Além da excelente ambientação da cidade, a construção dos personagens (mesmos os secundários) é de tirar o chapéu. Mesmo já tendo lido o livro há um tempo eu consigo me lembrar da personalidade de cada personagem e inclusive consigo fazer uma projeção mental de como seria a cidade e os locais importantes da história.

Mais uma vez Stephen King nos deleita com todo o seu talento nos entrega, na minha opinião, um dos melhores livros de vampiro já feitos. Além disso nos entrega um personagem que será deveras importante no volume 5 da Torre Negra. O que por si só já me fez ler o livro. Porém a qualidade desta história me fez esquecer completamente a Torre Negra enquanto eu estava em minha passagem por Jerusalem's Lot.

Recomendo a todos esse livro.

Título: A Hora do Vampiro (Salem)
Autor: Stephen King
Editora: Objetiva
Páginas: 576
Ano: 1975
Avaliação: 4 Estrelas


Crítica ║ A Hora do Vampiro (Salem), de Stephen King

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sexta-feira, 4 de janeiro de 2019



Sejam bem vindos a mais um Expresso Crítico. E hoje vamos avaliar o primeiro livro dito adulto dessa grande escritora chamada J. K. Rowling.

Bom. O público infanto-juvenil que se apaixonou pelo mundo e pelas histórias de Harry Potter pode não se dar tão bem com esse livro. Explico: Eu, na minha adolescência, leitor avido de Harry Potter não conseguiria chegar ao final desse livro. Ele realmente é um livro adulto.

Mas antes de mais nada, vamos ao contexto. A história se passa no distrito de Pagford que pertence a cidade de Yarvil. O mote da trama é a morte súbita (dái o título do livro em português) de Barry Fairbrother. Líder do conselho distrital (o mais próximo disso seria uma associação de moradores) de Pagford, Barry, ao morrer, deixa vaga sua cadeira e logo se dá início ao processo de sucessão.

Parece chato não é? Não é! Sabe porque? Porquê os personagens dessa trama são extremamente... reais! Inveja, luxuria, falsidade, crime, drogas, ciúmes, preconceito, bullying, transtornos... Tudo isso faz parte da personalidade de cada um dos moradores desse distrito.

Em tese, o ponto principal da história é o seguinte: A décadas atrás, Yarvil colocou o bairro de Fields como pertencente a Pagford. Os habitantes de Pagford não aceitaram isso de bom grado, pois em Fields seriam construídas casas para pessoas de classe mais baixa e que precisavam de assistência (em alguns casos para se tratar de vícios).

Barry nasceu em Fields e se tornou brilhante. Logo o mesmo era defensor feroz de Fields e, apesar de ser minoria, seu grupo conseguia mediar a "paz" pelo fato de ele ser o conselheiro chefe.

Com sua morte, começa uma corrida eleitoral para ver quem ocupará o lugar do falecido. A grande maioria da cidade. vê nessa situação um oportunidade de se livra de vez de Fields se conseguir eleger a "pessoa certa" ao cargo de conselheiro chefe.

Porém tudo isso que foi dito é apenas uma plano de fundo. O livro trata mesmo dos moradores de Pagford e Fields. A tensão causada pelo pleito mostra o qua há de melhor e (na maioria das vezes) o que há de pior em cada indivíduo dessa comunidade.

A leitura é muito gostosa graças ao talento extraordinário de Rowling em sua escrita. No meu caso a leitura se deu de modo voraz e rápido.

Acho que há uma derrapada no final do livro, mas nada que atrapalhe a experiência. É que o livro é realmente bom e o final é, na minha opinião, apenas regular. Mas o que realmente vale a pena nesse livro não é o final e sim a jornada. E amigos... confesso que apesar de tudo já sinto falta de morar em Pagford. hahahaah!

Recomendo muito a leitura e aguardo os próximos da autora.

Título: Morte Súbita
Autora: J. K. Rowling
Páginas: 501
Editora: Nova Fronteira
Ano: 2012
Nota: 3,5 Estrelas

Crítica ║ Morte Súbita, de J. K. Rowling

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terça-feira, 1 de janeiro de 2019


Bem vindos de vola ao caminho do Feixe de Luz! 

Seguimos com Roland e seu KA-TET (agora reforçados por Jake Chambers e Oi, um zé-trapalhão que é como se fosse um cão/guaxinim falante) em sua missão de busca à Torre Negra nesse quarto volume que pra mim é o melhor livro da série.

Lembrando que teremos spoilers do volume 3. Estejam avisados.

Começamos esse volume no mesmo lugar que terminamos o anterior, ainda na batalha de pegadinhas com Mono Blaine. Não vou revelar como a disputa termina. Mas é bem engenhosa a solução encontrada por Sai King.

Após a resolução deste episódio, o KA-TET de Roland chega a Topeka, no Kansas (Ué? Não estávamos no Mundo Médio?).

Aqui paramos com a história principal e temos Roland se abrindo como poucas (ou nenhuma) vezes fez em sua vida. Em forma de flashback ele irá contar aos seus companheiros a primeira e maior missão que o pistoleiro teve antes de decidir alcançar a Torre Negra.

Apesar de não evoluir tanto a história no sentido da Torre Negra, ela faz algo muito mais importante. Ele nos conta não só o passado de Roland, mas nos mostra sua alma. Personagens antes apenas comentados como Cuthbert, Alain e Susan Delgado são agora colocados sob holofotes junto a um Roland novo, recém saído da adolescência e ainda sem aura "amarga" que o mesmo tem nesses dias.

A história que se passa em Meijis é tão cativante e tem também bons antagonistas como Rhea e uma turma liderada por Depape que é quase um livro dentro de outro livro. 

Essa história é um divisor de águas. Se antes acompanhávamos a história olhando de fora, agora nos sentimos ao lado do pistoleiro. Nos sentimos parte de seu KA-TET.

Após o final arrebatador da história, temos também uma outra revelação do passado do Roland, essa sim inimaginável. Essa revelação me trouxe uma tristeza e uma amargura bem próximas à de Roland.

Antes de terminar o livro voltamos ao presente. Aqui temos alguns momentos extremamente inspirados em O Mágico de Oz e temos um retorno tanto indesejado.

Foi difícil escrever esse texto sem dar spoilers. Me sinto realmente empolgado em falar desse volume que, volto a repetir, é o melhor da saga!

Na próxima crítica, falarei do livro A Hora do Vampiro, também de Stephen King. Por que?  Porquê temos um personagem muito importante nesse livro que terá a mesma importância no próximo volume da Torre Negra. Os livros da Torre Negra tem diversas referências a outros livros de Stephen King e pegam inclusive personagens emprestados dessas histórias. Porém nesse caso, se você ler o volume 5 da Torre Negra antes de ler "A Hora do Vampiro" você terá um spoiler importante.

Então é isso. Longos dias e belas noites e até a próxima.

Título: A Torre Negra Volume IV - Mago e Vidro
Autor: Stephen King
Páginas: 816
Editora: Suma
Ano: 1997
Avaliação: 5 Estrelas  

Crítica ║ A Torre Negra Volume IV - Mago e Vidro, de Stephen King

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sábado, 29 de dezembro de 2018


Bem vindos de volta ao Mundo Médio!!

Com essa capa aí de cima, que para mim é a segunda melhor capa da saga, chegamos ao terceiro volume da caça de Roland de Gilead e seu KA-TET em busca da Torre Negra. Lembrando que teremos spoiler do volume 2.

Aqui, prosseguimos com a jornada em busca da Torre Negra, agora seguindo o caminho do feixe, que é o que mantem a Torre de pé.

Desde que chegaram ao Mundo Médio Eddie Dean e Susannah (assim não nomeada após meio que ter uma fusão das duas personalidades: Odetta Holmes e Detta Walker) tiveram muitas dificuldades. Eddie depois de muito esforço está evoluindo em seu processo de abandonar as drogas e Susannah se livrando (ao menos temporariamente) do sue problema de duas personalidades. Levando em conta toda a contribuição de Roland nessas situações. Ambos decidem seguir Roland em sua procura e o mesmo decide treina-los na arte de ser pistoleiro.

Com esse panorama o livro é divido em quatro atos. No primeiro nos é mostrado a evolução dos novos pistoleiros, inclusive testando suas habilidades em batalha.

No segundo temos Roland lidando com problemas em sua cabeça. Ter salvo Jake da morte no outro mundo trouxe consequências a sua sanidade e o mesmo terá que achar uma forma de solucionar isso. Posso apenas dizer que envolve magia e... sexo.

No terceiro ato o KA-TET de Roland, agora com dois novos membros, chega a cidade de Lud e os mesmos se encontram envoltos em uma batalha antiga e que causará a riscos aos mesmos.

No último ato os mesmos encontraram um maquinário extremamente inteligente que lhe causará muita dor de cabeça.

As Terras devastadas é meio que um livro de transição. Aqui temos a afirmação dos protagonistas e começamos a entender mais e mais como funciona o Mundo Médio. King permanece afiadíssimo em sua escrita e a história mantém o nível de seu predecessor. Super indico o livro e segue o baile até a Torre Negra

Título: A Torre Negra Volume III - As Terras Devastadas, de Stephen King
Autor: Stephen King
Páginas: 528
Editora: Suma
Ano: 1991
Avaliação: 3,5 Estrelas

Crítica ║ A Torre Negra Volume III - As Terras Devastadas, de Stephen King

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quarta-feira, 26 de dezembro de 2018


Olá novamente. Chegamos então ao segundo volume da Série "A Torre Negra". Quero começar avisando que essa crítica não tem spoiler do livro em questão, porém terá do livro anterior. Portanto leia o volume 1 e depois venha comigo.

Desta vez começamos com Roland acordando em uma praia e sendo atacado por criaturas chamadas lagostrosidades. Tendo com lidar com as consequências (principalmente físicas) desta batalha, Roland encontra três portas, uma depois da outra, ao longo da praia.

Essas portas (outras portas aparecerão pela história e serão de suma importância) levam a um mundo diferente: O nosso mundo. Mas especificamente em Nova Iorque em anos diferentes.

Através destas portas ele irá recrutar duas pessoas: Eddie Dean (em 1980) e Odetta Holmes (em 1960). Eles farão parte de seu KA-TET (uma mistura de família e equipe). E a terceira porta levará a uma pessoa que tem influencia demais na vida dos integrantes do KA-TET e de um outro personagem que não posso citá-lo para não estragar surpresas.

Aqui temos uma evolução vertiginosa em relação ao volume 1. Em relação a parte da história que se passa no Mundo Médio, a inventividade de King se mostra soberba. Incluindo a linguagem usada no Mundo Médio que nos trará diversas expressões: KA-TET, DINH (O "pai" do KA-TET) e o próprio KA (algo como o destino, mas mais poderoso).

Quando a história se passa em nosso mundo, o autor usa de maneira sensacional vários elementos para nos transportar às diferentes épocas a que as portas levam. Obviamente que as referências da cultura Pop continuam a aparecer em profusão, mas nunca nos cansando. Alías, temos uma sequência envolvendo um tiroteio que é de tirar o fôlego.

Os novos personagens são muito carismáticos e bem construídos. Toda a trama envolvendo os personagens e as três portas nos levam a abordar, junto a Roland, temas que normalmente não são abordados em livros de aventura, principalmente em conjunto. Vícios em drogas, distúrbios de personalidade, tendências sociopatas, máfia, tráfico, preconceito, roubo e até deficiência física.

O recrutamento de Eddie Dean e Odetta Holmes não se dá de maneira fácil. Ao contrário. Contratempos dificultarão demais nosso pistoleiro, que tenta reunir apoio em sua missão para chegar a Torre Negra. Ainda por cima, durante todo o processo, a sombra da morte de Jake Chambers no volume 1 paira sobre a alma de Roland e tem destaque em parte da história.

Ao ler esse livro me senti mais e mais empolgado para continuar a saga. A diferença de cinco anos em relação ao volume 1 talvez explique essa evolução na forma de contar histórias de King. Somos presenteados com novos personagens e entendemos um pouco desse mundo estranho chamado Mundo Médio.

Recomendo demais a leitura.

Título: A Torre Negra Volume II - A Escolha dos Três
Autor: Stephen King
Páginas: 416
Editora: Suma
Ano: 1987
Avaliação: 3,5 Estrelas

Crítica ║ A Torre Negra Volume II - A Escolha dos Três, de Stephen King

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